08/11/2013

Mergulhos da Alma





Aprofunda-se, enfim: sembra distante o cerne,
Amargurada sensação saturada de vazio.
O eu é infinito, o mergulho é incerto:
Aproxima-se do eixo, desponta o frio.
 
O receio aconselha à fuga, cativo da emoção
Passa o tempo, alma resiste: aplaca-se a dor,
Míngua a tristeza, torna-se plácido o coração:
Quanto mais resiste, mais banha-se de calor.
 
A áurea enegrecida regozija-se com os rútilos;
Passada - enfim! - a hora tão penosa de ardor!
‘Inda dúbia a confiança, sorri tímida aos júbilos;
Ilumina-se a face, irradia sem perdas seu olor..

18/06/2013

Brisa de meu peito


Peculiar calma me aflige:
Tranquilidade que dor aflora.
Passa o tempo ralentando,
Logo faz-se nunca a hora.

Assim a paz traz tormento,
A inquietude incita encontro.
Mais de mil sedes em alento,
Travando na alma confronto.

Desejos insistentes vertem,
Em busca dum mesmo lugar.
Fontes intrínsecas não mentem,
Então nada aplaca o almejar.

Sabe-se que a decisão é certeira,
Verdade tamanha incapaz de renegar:
A brisa não negaria ao meu peito
Vontade íntegra de dar-se ao ar.



01/05/2013

Léov





Se teu amor pede a minha espera,

Digo, inabalável: - Aqui estou.
E se porventura lhe falta descobrir
o que anseia teu nobre coração,

Importância - deveras! - não há,
já que há muito o meu repousa em ti.
Submissa eu garanto que não sou,
mas hei de esperar-te imóvel.

Sinto longos os dias de espera,
mas felicidade que perenes não serão.
Presto abstenho-me da ânsia,
lembro da flor de lis e do romance.

Paciência enquanto corre o rio,                                        
S
ei que teu destino se faz em mim.
"Mas hein meu amor" *, pode se apressar?
Ou faça já do teu curso também o meu.

09/10/2011

Begl'occhi *



Belos olhos que me inebriam;
Auspiciosa cor que m'envolve.
Olhar meticuloso em ternura,
Majestoso rútilo que revolve.

Candura que eufórico riso encolhe,
Doçura que atiça e me move.
Resplandecente que expõe a alma;
Timidez que compele-me com calma.

Meiguice que disfarça diminuto tom;
Virtuosismo, o enaltecer de grande dom.
Olor que leva a borboleta até o jardim,
Logo exprime "princípio, meio e fim".

* Begl'occhi ( begli occhi ) - belos olhos, em italiano.

Clara

Três


 Embalada por um símbolo,
 Enaltecendo qualquer mínima emoção.
 Encantada com o que está por vir;
 Endiabrado coração.

 Fagulhas de chama sem fim;
 Faculdade de com afinco exaltar.
 Facilidade em me entregar:
 Feneço! Mas não deixo de te amar.

 Tentativas vãs de me controlar;
 Tentarei esquecer de me dominar.
 Trazendo então à tona parte que desconheço,
 Torrentes não cessam de jorrar!

  Polido desejo que arde,
  Permeia sutil e faz alarde.
  Pois já esqueço o eu contido:
  Permito já o amor e julgo tarde.

  Clara

Desatino


A maior parte do que sou falta em mim,
Pois é em ti que inicia e finda o meu eu.
Instantes longos de uma espera sem fim;
Cega! Nem mesmo indago se és meu.

Sim! Realizada ainda no quase.
Por ora, dissipando os momentos que nem serão,
Mas não hesitando ao repetir a mesma frase:
 “Tu és todo o meu coração”

Contraditória... Perdida no oceano de sentimentos.
Desculpo-me repetidamente e, Perfeição:
- Sem ti, jamais cessam os tormentos!
Tudo que incita tua ausência aniquila a razão.

Ainda assim prefiro o nada ao talvez.
Amante impaciente... Não sabe nada além de amar!
Mas ah ... pois afogada percebi que serei de vez;
Não há dúvida: só tu podes ser meu mar.


Clara

13/03/2011

O Físico - Noah Gordon

Pedido do queridíssimo Digo Page


Não, não ... Nem sei se sou capaz de despertar o interesse de leitura como esse livro merece; como é bom! E digo mais: desconheço alguém que não tenha gostado. Leitura fascinante! Descrição rica, detalhada e nada cansativa. Quero também destacar que o  livro  aborda o choque de culturas de uma forma muito interessante. 


Indicação do meu papis e do meu tio Lenga, que pegaram logo no meu ponto fraco dizendo que o contexto era medieval. Não imaginei que gostaria tanto! Dormia bem tarde porque não conseguia parar de ler. Na verdade, arrependo por ter lido tão rápido e não ter aproveitado mais. 


O FÍSICO conta a história de Rob J. Cole,  um menino de Londres que, depois de perder os pais para a morte, também perde os irmãos para a adoção. Ele fica sozinho na casa, mas isso não dura muito; Barber, um barbeiro-cirurgião, resolve levá-lo como seu ajudante. Muitas são as viagens feitas pelos dois e, com o tempo, a experiência e o interesse do menino pela profissão só aumentam. Mas, quando descobre que tem um dom e já se vê crescido, Rob não se contenta em dominar somente as práticas de barbeiro-cirurgião e decide que quer ter um diploma de medicina na melhor escola da Pérsia. Sabendo que um cristão não seria aceito na faculdade, decide aprender os costumes dos judeus para se passar por um deles. Começa então a epopeia de Rob J. Cole, que percorre com persistência e inteligência todos os caminhos necessários para realizar seu grande sonho.


Boa leitura!
=)